quinta-feira, 11 de junho de 2009

O MILAGRE EUCARÍSTICO DE LANCIANO


O MILAGRE EUCARÍSTICO DE LANCIANO


Frades Menores Conventuais do Santuário do Milagre Eucarístico.


Tradução de folheto em italiano: "Il Miracolo Eucaristico di Lanciano".

Há mais de 12 séculos deu-se o primeiro e mais prodigioso Milagre Eucarístico da Igreja Católica. Por volta do ano 700, na cidade italiana de Lanciano, viviam no mosteiro de São Legoziano os Monges de São Basílio, e entre eles havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante, e ele era perseguido todos os dias pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse o verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho o Seu verdadeiro Sangue. Mas a Graça Divina nunca o abandonou, fazendo-o orar continuamente para que esse insidioso espinho saísse do seu coração. Foi quando, certa manhã, celebrando a Santa Missa, mais do que nunca atormentado pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração, ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo longo tempo transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse: "Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!" A estas palavras os fiéis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a pedir misericórdia. Logo a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o Monge num novo Tomé. A Hóstia Carne apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração ligeiramente escura, tornando-se rósea se iluminada pelo lado oposto, e tinha aparência fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre o amarelo e o ocre), coagulado em cinco fragmentos de forma e tamanhos diferentes. Serenada a emoção de que todo o povo foi tomado, e dadas aos Céus as graças devidas, as relíquias foram agasalhadas num tabernáculo de marfim mandado construir pelas pessoas mais credenciadas do lugarejo. A partir de 1713 até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata, e o Sangue, num cálice de cristal. Aos reconhecimentos eclesiásticos do Milagre, a partir de 1574, veio juntar-se o pronunciamento da Ciência moderna através de minuciosas e rigorosas provas de laboratório. Foi em novembro de 1970 que os Frades Menores Conventuais, sob cuja guarda se mantém a Igreja do Milagre (desde 1252 chamada de São Francisco), decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois médicos de renome e idoneidade moral a análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e livre docente de Anatomia e Histologia Patológica e de Química e Microscopia Clínica para, assessorado pelo Prof. Ruggero Bertelli, Prof. Emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena, proceder aos exames. Após alguns meses de trabalho, exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo os resultados das análises: "A Carne é verdadeira carne, o Sangue é verdadeiro sangue. A Carne é do tecido muscular do coração (miocárdio, endocárdio e nervo vago). A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sangüíneo (AB positivo) e pertencem à espécie humana. No sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes materiais: cloretos, fósforos, magnésio, potássio, sódio e cálcio. A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por 12 séculos e expostos à ação de agentes atmosféricos e biológicos, permanece um fenômeno extraordinário." E antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas realizadas em Arezzo, os Doutores Linoli e Bertellli enviaram aos Frades um telegrama nos seguintes termos: ´E o Verbo se fez Carne!´. É assim que o Milagre de Lanciano, desafiando a ação do tempo e toda a lógica da ciência humana, se apresenta aos nossos olhos como a prova mais viva e palpável de que ´Comei e bebei todos vós, isto é o meu Corpo que é dado por vós.´, mais do que uma simples simbologia como possa parecer, é o sinal divino de que no Sacramento da Comunhão está o alimento da nossa esperança nas Promessas de Cristo para nossa Salvação: ´Aquele que come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.´ (Jo 6,55). Tão Sublime Sacramento, adoremos neste altar, pois o Antigo Testamento deu ao Novo seu lugar. Venha a Fé por suplemento os sentidos completar. Ao Eterno Pai cantemos e a Jesus, o Salvador. Ao Espírito exaltemos na Trindade Eterno Amor. Ao Deus Uno e Trino demos a alegria e o louvor. Amém.
(São Tomás de Aquino)