quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Por Alexandre Batista - Entrevista vinculada no Jornal O REDENTOR da Paróquia Santo Afonso - MISSIONÀRIOS REDENTORISTAS - ANO IX - Nº 183 - AGOSTO de 2010

Por Alexandre Batista


Entrevista vinculada no Jornal O REDENTOR da Paróquia Santo Afonso - MISSIONÀRIOS REDENTORISTAS - ANO IX - Nº 183 - AGOSTO de 2010



Gente que faz!

Nosso entrevistado do mês é o Dr. João Batista, cearense de origem, mas carioca de coração, ele é um dos fundadores da Associação Solidária Amigos de Betânia, atuante nos meios católicos, integra a associação beneficente Pe. Navarro, que dá assistência também aos moradores de rua, além de fiel defensor do ensino religioso nas escolas.


Padre Navarro e João Batista

O REDENTOR - Dr João Batista, o senhor foi um dos fundadores da Associação Solidária Amigos de Betânia. O que é essa associação ?
DR. JOÃO BATISTA - A “Casa de Betânia”, como carinhosamente chamamos, surgiu de um início sonhador. A necessidade de um apoio maior se deu quando ainda trabalhávamos nas ruas, alimentando, auxiliando e evangelizando a população de rua. Em Betânia, ficava a casa de Marta, Maria e Lázaro, local onde Jesus por diversas vezes fez pouso, externou seus laços de amizade, difundiu seus ensinamentos e realizou milagres. A partir daí veio a idéia de fundarmos um local onde pudéssemos inserir essa população de rua e fazer dali uma verdadeira casa com a presença de Jesus.


O REDENTOR – E como é a dinâmica da “Casa de Betânia” ?
DR. JOÃO BATISTA - O papel principal é resgatar a dignidade e a cidadania das pessoas. Há 10 anos a Casa de Batânia trabalha reinserindo a população de rua na sociedade. Os internos são em quase sua totalidade, usuários de droga ou álcool em recuperação. Pessoas de todos os níveis sociais que viram suas vidas estraçalhadas e que lá contam com a ajuda de assistentes sociais, médicos, psicólogos, técnicos em dependência química, enfermeiros e, claro, todo apoio espiritual necessário. A Casa de Betânia tem núcleos atualmente na Freguesia ( Ig. N. Srª do Loreto), um sítio em Santíssimo e uma unidade feminina no Engenho Novo.


O REDENTOR - Além desse belo trabalho, o senhor tem participado ativamente de diversas ações pastorais. Conte um pouco dessa experiência para nós.
DR. JOÃO BATISTA – É verdade, a vida em comunidade vai nos levando para os mais belos e edificantes caminhos. Ao longo dos anos tive a oportunidade de conhecer de perto o trabalho realizado pelo Pe. Navarro, do qual atualmente sou muito amigo, e juntos, através da Associação beneficente Pe. Navarro, desenvolvemos um trabalho de acolhimento e ajuda à população de rua. Quando concluí o curso de Teologia, comecei a ver o mundo com uma visão mais solidária e humanista, e isso tem me feito um homem muito mais feliz. Um outro trabalho recente, que me deixou muito contente, foi a organização da Visita do Círio de Nazaré, tradição inserida no contexto carioca pelo nosso Arcebispo Dom Orani. Foi um momento de muita devoção, aprendizado e alegria, participar da coordenação de um evento tão maravilhoso.


O REDENTOR - O senhor se sente realizado?
DR. JOÃO BATISTA – Depende. Como pessoa -pai e avô- e profissionalmente, eu diria que sim. Mas como católico, discípulo de Jesus, não posso me sentir realizado diante de tantas injustiças e desigualdades. É preciso que cada um de nós dê um pouco mais de si. É preciso que as pessoas tenham mais Deus em seus corações e traduzam essa presença em suas ações. É por essa falta de Deus, pela necessidade de valorizarmos a família e os valores cristãos, que defendo tanto a necessidade do Ensino religioso nas escolas. Isso é fundamental! Precisamos dar o melhor de nós!            
                                                                                                        João Batista e Dom Filippo Santoro